domingo, 28 de novembro de 2010

Homeopatia e a Febre na Criança

O que é a febre e porque aparece?

Qualquer alteração na temperatura da criança aflige seriamente os pais provocando ansiedade, preocupação e insegurança, perante um sintoma tão comum e ao mesmo tempo tão complexo como é a febre.

O que é afinal a febre a porque aparece?

A febre é um dos sintomas mais comuns nas crianças e que mais preocupa os pais, mas ao contrário do que muitos pensam, a febre não é uma reacção indesejável mas um sintoma muito útil para o restabelecimento da saúde e que se vai repetir ao longo da vida da criança.

A febre é uma reacção do organismo a alguma coisa que não está bem, é um sintoma que aparece quando o organismo desenvolve uma reacção de defesa a um factor externo (vírus, bactérias, traumatismos, queimaduras, etc.) ou interno (ansiedade, depressão, angústia…) que está a interferir com o normal funcionamento de órgãos ou funções.

Portanto, a febre não é uma doença é um mecanismo de defesa do organismo e como tal não devemos combate-la como uma doença, mas sim resolver a sua causa e estarmos atentos ao que ela nos possa mostrar.

A febre é uma indicação de que o organismo tem capacidade de reagir à doença e que o está a fazer. O organismo sofre uma agressão e as células reagem a essa agressão, trabalham para reporem o equilíbrio.

A febre, por isso, é sinal de vitalidade e a criança que faz temperaturas mais elevadas quando está com febre é a criança mais sadia.

Pode parecer um bocado absurdo o que acabei de dizer, mas a prova disso é que com o envelhecimento as pessoas fazem cada vez menos febre, as pessoas de idade raramente têm febre e se têm, em geral é baixa.

A febre nas crianças é um sintoma vulgar e comum a todas elas. Os bebés e as crianças em geral, fazem febre com frequência depois de levarem as vacinas, quando estão constipados, quando algum dente está a romper, quando têm problemas com os ouvidos (otites) e garganta, com os problemas respiratórios (do trato inferior ou superior), com as infecções virais, urinárias, entre outras razões que podem desencadear uma reacção de febre do organismo.

Como podemos perceber são muito variadas as causas e situações em que a criança faz febre.

A febre é apenas um sintoma que por si só não é uma doença, por isso, tratar só a febre recorrendo ao uso de anti-piréticos estamos a suprimir a doença, ou seja a mascarar a doença. O quadro clínico (os sintomas) fica mascarado dificultando o diagnóstico e a avaliação clínica.

Quando se diz que a criança tem febre?

Normalmente considera-se febre quando a temperatura do corpo sobe acima dos 37 graus centígrados quando tirada com o termómetro colocado na axila, no entanto, há crianças que podem ter uma temperatura mais alta (até 37,5º), por isso é frequente só se considerar febre quando a temperatura sobe acima de 37,5º. Quando a temperatura está entre os 37º-37,5º diz-se que a criança está febril.

A temperatura máxima a que a febre pode subir são os 41º C, quando medida na axila.

A temperatura pode variar de acordo com as horas do dia, em geral é mais baixa de madrugada (cerca das 3 horas da manhã) e no início da manhã e pode ser mais alta ao final da tarde e no início da noite.

A temperatura também varia de acordo com o local onde é medida. Assim e quando tirada nas mesmas condições, a temperatura rectal e a temperatura bucal são mais elevadas que a temperatura tirada na axila.

Temperatura normal média tem como referência a temperatura tirada na axila, consideram-se normais os seguintes valores:

  • Temperatura axilar normal – 36,5ºC de manhã e 37,2ºC de tarde
  • Temperatura bucal é cerca de 0,5ºC mais elevada que a axilar
  • Temperatura rectal é cerca de 1ºC mais elevada que a axilar, podendo atingir mesmo os 38,2ºC.

Quando a criança está com febre e mais importante que a temperatura, é o seu comportamento.

Se a criança tem febre até aos 38º, mas se comer bem, se estiver calma e se brincar, não é uma situação tão preocupante quanto a de uma criança que tem uma febre de 37,7º mas que chora muito, nada a acalma ou que está muito prostrada ou muito parada.

É aqui que entra o bom senso e observação dos pais. Quando se verifica que a criança além da febre está com uma grande alteração no seu comportamento, os pais devem procurar a ajuda do homeopata que perante os sintomas do momento pode avaliar e medicar a criança, no entanto não podemos esquecer que também é normal que a criança com febre esteja mais carente e necessite de mais atenção do pai ou da mãe. Ela não se sente bem e precisa de conforto. Também é importante lembrar que muitas vezes se confundem sintomas frequentes em situação de febre como a agitação e o delírio, com problemas mais delicados como são as convulsões, das quais falarei noutro artigo.

O que fazer quando a criança tem febre? Como baixar a febre?

Há alguns procedimentos simples que podem ajudar a descer a temperatura da criança:

  • Deixar a criança à vontade. Se tiver frio deve ser agasalhada, se tiver calor deve vestir roupas leves.
  • Ingerir muitos líquidos.
  • Tomar banho com água à temperatura do corpo.

Quando a criança está com febre não deve ser agasalhada, deve usar roupas leves e estar em ambiente fresco. Se não lhe apetecer comer, não deve ser forçada porque isso pode provocar-lhe o vómito, deve sim beber muitos líquidos, de preferência água.

A criança quando tem febre pode desidratar por causa da transpiração, mesmo que não tenha diarreia nem esteja a vomitar, por isso os líquidos são essenciais.

O que o Homeopata precisa de saber quando a Criança tem febre?

Como referi anteriormente, a febre não é uma doença é um mecanismo de defesa do organismo e como tal não devemos combate-la como uma doença, mas sim resolver a sua causa e estarmos atentos ao que ela nos possa mostrar.

Quando a criança tem febre e os pais procuram a ajuda da homeopatia para tratar o problema, o Homeopata precisa de algumas informações sobre todos os sintomas físicos e emocionais que a criança experimentou desde que apareceu com febre, para poder fazer o diagnóstico e prescrever o tratamento adequado.

Todas as indicações, mesmo os pormenores que por vezes podem parecer irrelevantes aos olhos das outras pessoas, podem ser preciosas para o sucesso do tratamento, para o Homeopata encontrar o medicamento mais semelhante ao quadro dos sintomas do paciente.

Assim é importante observar:

  • Como começou a febre. Apareceu de repente ou lentamente.
  • Tem frio e/ou arrepios. Descrever o melhor possível onde tem frio e os arrepios.
  • Tem calor e/ou transpira.
  • Tem calor em todo o corpo ou só em alguma parte do corpo?
  • Os pés e as mãos estão quentes ou frios?
  • Tem sede? Se tiver bebe muita ou pouca água de cada vez? Prefere as coisas quentes ou frias.
  • Quando a febre desce, transpira ou não?
  • Como está o apetite? O que mais lhe apetece comer? A que temperatura?
  • Tem vómitos?
  • A face está corada ou pálida?
  • Os olhos, como estão?
  • Como está o comportamento: Quer companhia, quer colo ou prefere estar na cama?
  • Está irritada, chora sem se perceber porquê, geme, está prostrado, tem um olhar parado ou anda bem disposto e a brincar como se nada fosse?
  • Está calma ou agitada? Sonolenta ou desperta?.......

Todos os sintomas, todas as reacções físicas e emocionais da criança, devem ser observadas. São todas estas reacções que definem a individualidade de cada um, de cada ser humano e que são imprescindíveis para a escolha do medicamento, o tratamento homeopático é sempre individual.

Na Matéria Médica Homeopática podemos encontrar febre em todos os medicamentos mastodas as situações devem ser analisadas individualmente e o medicamento será sempre dado à semelhança da pessoa.

Manuela Morgado – Homeopata Especialista

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Clínica Social

Há muito que venho sentindo o apelo de fazer chegar o que faço a pessoas, que por razões económicas graves, não podem recorrer aos excepcionais benefícios da medicina homeopática.
Não me parece justo que uma mãe não consiga tratar homeopáticamente uma criança por não ter condições económicas para o fazer. Ao longo da minha prática clínica têm sido dezenas, as pessoas que sei que não podem pagar uma consulta e que não cobro. Por vezes, não pensamos na quantidade de pessoas que com salários baixos tentam sobreviver para que nada falte aos seus filhos. Para essas pessoas, pagar uma consulta privada, é um sacrifício que não podem comportar.
Mas será que por isso, as crianças não podem receber tratamentos homeopáticos?
Será que a Homeopatia é uma medicina exclusivamente para pessoas com recursos económicos?
Podem chamar-me idealista, mas como idealista não é um nome feio, podem chamar à vontade… O que é certo, é que ainda não desisti de acreditar que podemos chegar a mais pessoas.
O centro Homeopático da Linha, vai contribuir com uma gota num oceano infindável de necessidades, mas se todos pensarmos que não fazemos diferença, o mundo não avança.
A partir de Dezembro, vamos ter um dia por mês para atendimento gratuito a crianças cujos pais tenham rendimentos baixos. Vamos começar apenas com pediatria, mas em breve abriremos a clínica social a adultos.
O recurso à clínica social do centro homeopático da linha, exige comprovativo de que a criança pertence ao escalão A da acção social escolar, ou ao escalão 1 do abono de família.
Todas as informações sobre este serviço e marcação de consultas, através do número 21 099 84 56.